18/12/2009

Hugh Hefner, o fundador da Playboy

Estava navegando pela internet, e acabei achando uma entrevista que Hugh Hefner, fundador da Playboy concedeu à revista Veja.
Segue a entrevista:

Fonte: Veja On line

Veja – É verdade que o senhor já levou mais de 2.000 mulheres para a cama?
Hefner – Eu nunca fiz a conta, mas imagino que deva ficar em torno desse número. Gosto de deixar claro que sempre enfatizei qualidade e não quantidade em meus relacionamentos.

Veja – Depois de ter dormido com tantas garotas, é possível se lembrar de qual delas foi a melhor?
Hefner – Bem, eu sou um romântico, sabe? Invariavelmente a mulher ou as mulheres com quem estou no momento são as melhores de todas. Por isso, meus melhores relacionamentos são aqueles que mantenho com as seis namoradas que tenho atualmente, em especial com uma delas, Holly Madison. Ela é uma garota muito especial. A verdade é que tive relacionamentos maravilhosos durante todos estes anos.

Veja – Como é ter seis namoradas ao mesmo tempo, todas muito mais jovens que o senhor?
Hefner – É muito bom.

Veja – Elas não têm ciúme umas das outras?
Hefner – Não há ciúme. É um tipo de relacionamento simples e muito jovial. É como os outros relacionamentos que sempre tive. Na maioria das vezes fico com uma de cada vez, e, de forma geral, tudo funciona muito bem.

Veja – Como o senhor reagiria se uma de suas namoradas dissesse que gostaria de ter um segundo namorado?
Hefner – Eu já namorei garotas que ao mesmo tempo namoravam outros homens. Hoje prefiro que elas namorem apenas comigo. Esse tipo de relação aberta, na qual se namora uma pessoa que tem outro namorado, não me interessa mais. E, depois, teríamos um problema prático com isso. Minhas namoradas moram todas comigo na Mansão Playboy, e nós passamos muito tempo juntos. Não há espaço para outros namorados. Fazemos todo tipo de coisa juntos. No Natal, por exemplo, fizemos biscoitos para um orfanato e depois fomos ver um filme natalino na televisão.

Veja – É como se o senhor tivesse um harém?
Hefner – É mais ou menos isso. Mas acho que minhas garotas são muito mais felizes que as dos haréns.

Veja – O senhor foi um dos primeiros homens famosos a fazer propaganda do Viagra, o remédio para a impotência sexual. O senhor o usa regularmente?
Hefner – O Viagra é como a pílula anticoncepcional, uma conquista para a sexualidade. A pílula liberou a mulher para o sexo e o Viagra liberou o homem. No meu caso, com seis namoradas, é um recurso bem valioso.

Veja – Há quanto tempo o senhor usa esse remédio?
Hefner – Desde que saiu nos Estados Unidos, em 1998. Eu me lembro muito bem porque foi na época do meu aniversário. Meu médico receitou os comprimidos no fim de semana da festa. Foi o melhor aniversário de minha vida.

Veja – O senhor é famoso por suas festas. Qual foi a melhor?
Hefner – Minhas festas provavelmente são as melhores do mundo. Eu gosto em especial de uma que damos todos os anos em agosto, chamada Sonho de uma Noite de Verão. Reservamos vários quartos para os convidados, que assim podem dormir na mansão. Acho que é uma grande festa.

Veja – É verdade que os convidados aproveitam essas festas para participar de orgias em sua mansão?
Hefner – É provável que aconteçam orgias pelos cantos da casa, mas não é essa exatamente a finalidade da festa.

Veja – O senhor é invejado por milhões de homens. Acha que seu estilo de vida pode servir de modelo para outras pessoas?
Hefner – Para ser sincero, acho que esse estilo de vida não funciona para todo mundo. Penso que mais importante é mostrar às pessoas que não há apenas uma única forma de levar a vida. Acredito em casamento, acredito em criar filhos dentro de uma família, mas também acredito que é possível levar uma vida de solteiro, com namoradas e toda a liberdade. Nesse aspecto, minha crença básica é: há muitos caminhos para Meca.

Veja – O que o senhor diria às pessoas que o citam como um exemplo que deveria ser evitado?
Hefner – Há muitos conservadores e puritanos neste mundo. As crenças e o estilo de vida deles são escolhas pessoais. Eu acho que a vida é curta e precisa ser celebrada. Uma das razões pelas quais as pessoas são tão fascinadas com o que faço é que consegui redefinir outras possibilidades de viver.

Veja – O senhor teve um derrame nos anos 80. Isso influenciou sua maneira de encarar a vida?
Hefner – O fato de eu ter sobrevivido mudou toda a minha vida. Comecei a me cuidar melhor. Desde então, é como se alguém constantemente me desse um tapinha no ombro me lembrando que a vida é curta e que não é apenas trabalho. É preciso ter diversão também.

Veja – Uma de suas namoradas contou que faz regularmente teste de Aids e doenças sexualmente transmissíveis. O senhor também faz esses exames?
Hefner – Sim, eu faço. Eu sou cuidadoso com meu corpo. Saúde é fundamental.

Veja – É verdade que o senhor namora as garotas que posam para a Playboy, as playmates?
Hefner – Eu costumo ficar amigo e manter uma relação muito próxima com várias delas. Normalmente continuo em contato mesmo quando o namoro acaba. A Playboy é como se fosse uma família gigante, uma coisa muito especial. E tenho certeza de que se você for conversar com as mulheres que apareceram na revista ou que foram minhas namoradas vai encontrar o mesmo tipo de reação. Elas vão dizer que esse foi um momento muito especial da vida delas, que elas lembram com grande alegria. E eu também.

Veja – É possível conjugar casamento com a vida de dono da Playboy?
Hefner – Eu apostei duas vezes no casamento. O último durou dez anos e fui totalmente fiel. Mas sinceramente não foi um período bom de minha vida. Estou muito mais feliz hoje. Os últimos anos têm sido os mais felizes de minha vida.

Veja – Como o senhor definiria esses primeiros anos do século XXI sob o ponto de vista da liberdade sexual?
Hefner – Acho que vivemos numa época em que o conservadorismo de alguns aspectos se mistura com o liberalismo de outros. Do ponto de vista político, vivemos num período bastante conservador, mas as pessoas são bem liberais no aspecto social e sexual. Nos últimos anos surgiu uma geração que é muito mais ativa sexualmente e muito mais liberada que a anterior. É um avanço grande. Nos anos 80 e no início da década de 90 as pessoas eram muito mais conservadoras no aspecto da sexualidade.

Veja – O senhor acredita que é possível uma retomada de valores morais mais conservadores?
Hefner – Os anos 80 foram terríveis nos Estados Unidos. Vínhamos de um período de grande liberdade, que começou na segunda metade dos anos 60 e tomou toda a década de 70. Há um conflito contínuo na sociedade americana entre valores conservadores e liberais, particularmente no que diz respeito a sexo. Mas acho muito difícil voltar aos valores conservadores do passado. A maior razão para isso é a evolução tecnológica dos últimos anos. A internet, a comunicação de massa permitiram um acesso fenomenal a imagens de todo tipo e principalmente da sexualidade. É muito difícil, se não impossível, reverter tudo isso.

Veja – Esse tipo de liberação não leva a extremos como o excesso de pornografia na internet?
Hefner – A democracia e mesmo a liberdade são coisas perigosas. Elas exigem que as pessoas façam escolhas, e isso inclui excessos, mas acho que é a melhor maneira que se tem para viver a vida. A comunicação e a habilidade para conseguir mais informações são uma experiência libertadora.

Veja – O senhor não acha que a pornografia ultrapassou os limites do aceitável, com tantos sites de sexo e a exibição indiscriminada de cenas sensuais na televisão e no cinema?
Hefner – É claro que há excessos. Mas ainda penso que é importante compreender que esse é um preço a ser pago pela liberdade. É um preço pequeno. Sacrificar tudo o que conquistamos em nome desse tipo de problema é impensável. É óbvio que acredito que as crianças devem ser protegidas ao máximo e defendo que todo tipo de abuso de que elas possam ser vítimas tem de ser coibido e reprimido. Entre adultos, contudo, acho que a comunicação deve ser absolutamente livre, seja na internet, seja na televisão.

Veja – Logo que a revista Playboy foi fundada, há cinqüenta anos, virou o símbolo de um estilo de vida glamoroso. Esse tipo de existência é possível na vida real?
Hefner – Acho que sempre é possível viver com certo estilo e charme. Durante toda a minha vida tive esse objetivo. É um tipo de postura que valia no passado e ainda vale. Contudo, é preciso admitir que a vida tinha maior glamour no passado. A parte boa é que vivemos numa época mais confortável e lidamos melhor agora com questões como nudez e sexualidade que nos anos 50.

Veja – O senhor acha que vivemos uma época de vulgarização da sensualidade?
Hefner – As coisas estão muito escancaradas hoje, tanto o sexo quanto tudo o mais. O bombardeio de imagens e todo tipo de informação sobre a vida das celebridades tende a suprimir a aura que em outros tempos existiu em torno delas. Esse é o resultado de um processo que por um lado banaliza as coisas, mas por outro permite ganhos enormes em termos de liberdade individual. Nesse processo houve perdas e ganhos. A vida é assim.

Veja – O senhor leiloou diversos itens da coleção da Playboy no mês passado. Qual deles era o mais valioso para o senhor?
Hefner – A foto de Marilyn Monroe nua, que publicamos na primeira edição da Playboy. Era a peça mais valiosa, porque ela foi o começo de tudo.

Veja – Por que o senhor criou uma revista de mulher pelada?
Hefner – Eu queria fazer uma revista de estilo de vida com enfoque no sexo. Uma revista para o homem jovem e urbano. Queria também uma revista que fosse uma reação ao puritanismo insuportável daquela época. Juntei 8 000 dólares, dinheiro que veio de amigos e parentes, os investidores do negócio. De meu bolso mesmo eram só 600 dólares, ainda assim emprestados. A revista não tinha nem data na capa, para poder durar mais tempo caso encalhasse.

Veja – Como o senhor conseguiu a foto de Marilyn Monroe nua para sua primeira edição?
Hefner – A foto, feita por Tom Kelley, era muito famosa, mas pouquíssimas pessoas a haviam visto de fato. Eu era jovem e lembro como era difícil conseguir fotografias de mulheres nuas. O correio se recusava a entregá-las por considerar o material obsceno. Quando comecei a preparar a primeira edição da Playboy, lembrei da foto da Marilyn. Comprei a foto e os direitos de uma agência em Chicago por 500 dólares. Não só imprimi a foto no pôster como consegui despachar a revista para todo o país pelo correio.

Veja – O senhor conheceu Marilyn?
Hefner – Não pessoalmente. Apenas falei com Marilyn por telefone pouco antes de ela morrer. Negociávamos uma capa ou uma edição especial que acabou ficando apenas na intenção. Meu irmão teve mais sorte. Estudou com ela no curso de atores de Lee Strasberg, em Nova York.

Veja – O que o senhor acha das mulheres brasileiras?
Hefner – São belíssimas. Nossa edição de dezembro teve na capa as gêmeas Sarah e Deisi Teles. Elas vieram fazer as fotos aqui e eu até as convidei para ficar na Mansão Playboy. Apesar de acreditar que a beleza é universal, acho a beleza das brasileiras grandiosa, muito excitante.

Veja – E a modelo Gisele Bündchen?
Hefner – A namorada do Leonardo? (Leonardo DiCaprio, ator americano e freqüentador assíduo das festas da Playboy.) Ela é esplêndida. Ainda não a conheci pessoalmente, mas conheço bem seu trabalho como modelo. Eu adoraria vê-la em minha revista.

Veja – Quais são as melhores playmates da Playboy nesses cinqüenta anos?
Hefner – Pamela Anderson, Cindy Crawford e, na categoria histórica, Bettie Page e Brigitte Bardot. E, é claro, Marilyn, acima de todas.

Veja – E quais as mulheres que o senhor gostaria de ver em breve em sua revista?
Hefner – Mulheres populares e com grande sex appeal, como Britney Spears, Sarah Jones e J-Lo (Jennifer Lopez). Acho que nesse aspecto é importante dizer que a maioria das mulheres mais belas dos últimos cinqüenta anos apareceu nua na Playboy.

Veja – Qual mulher o senhor gostaria de ter visto na revista e que nunca aceitou aparecer?
Hefner – Deve ter havido alguma no passado, mas não consigo me lembrar de ninguém.

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